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Pentesileia: o ícone da tempestade sombria (Q.S. 1.353-356).

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  Traduzir é, com certeza, uma atividade regida pelo deus Hermes. Hermes é o deus dos caminhos, o deus das trocas, sempre levando algo do ponto A para o ponto B, é o deus que detém a "infalível arma da linguagem", como diz um Hino Órfico , é o deus dos intérpretes -- os hermeneutas -- e tradução é um pouco tudo isso, né?  Então, ao traduzir, é bom sempre ter o altar bem ornado para esse deus (e também para as Musas, já que a tradução tem que soar bem, afinal, e também para Atena, porque é necessária aquela inteligência chamada Métis , que os gregos gostavam, e nos leva a procurar saídas para os desafios mais impossíveis).  Mas devo a Hermes a tradução do trecho abaixo, porque o deus Hermes às vezes é também um pouco ladrão, e o tradutor não se furta de furtar boas soluções poéticas dos seus colegas.  Algumas entram no cânone tradutório de Clássicas, como todos aqueles salamaleques com adjetivos compostos -- multiastucioso Odisseu, o multirresonante mar, etc...mas a imagem qu